10 de julho de 2017
“ Pensei que já estávamos superando a fase das birras com o Lucca. Mas hoje fiquei chocada com o ataque de fúria que ele teve! Juro! Nunca tinha visto ele gritar tanto! Fiquei completamente sem ação. Como pode um serzinho de apenas 2 anos e 7 meses tentar nos dominar desse jeito?! O Lucca está na fase que não quer parar de brincar para fazer nada, trocar fralda é um parto, é uma luta para entrar no banho e outra para sair do banho, enfim…foi o que aconteceu hoje. Fui pega-lo para tomar banho, como sempre, teve o “show básico”! Mas de repente ele ficou possuído de raiva, começou a berrar, berrar, até ficar vermelho! Foi assim alguns minutos, sem parar de berrar, fiquei paralisada, em choque, só olhando para ele pensando: O que eu faço?!
Agora estou aqui tentando entender, será que o temperamento dele que é muito difícil? Ou será que a culpa é minha? O que fazer em uma hora dessa? ”
Texto publicado dia 14 de junho de 2017 no Instagram: @mundinho_demae
Mesmo não sendo mãe de primeira viagem, e Psicóloga, muitas vezes também me vejo perdida, sem saber como lidar com determinadas situações. Nestes casos, procuro estudar mais sobre o assunto, para eu aprender a lidar, e ajudar vocês também.
COMO LIDAR COM AS BIRRAS DAS CRIANÇAS
Quem nunca assistiu uma birra de criança em Supermercado, Shopping, ou algum outro lugar público? Pois é, acredito que todas nós. E quando você se dá conta de que essa criança era a sua? Esse é um universo ao qual todos os pais já passaram, ou certamente vão passar um dia.
Porque essas birras acontecem
Embora assustadoras, desesperadoras e embaraçosas (principalmente em público) as birras são manifestações da vontade da própria criança, que por volta dos 2 ou 3 anos, já percebe que pode se fazer ouvir. O comportamento infantil difere de criança para criança, sendo que algumas contestam mais os limites e as regras impostas pelos adultos do que outras.
De modo geral, em momentos de birra, as crianças gritam, choram, dão pontapés, se jogam no chão, atiram brinquedos e objetos. Muitas vezes agem assim por que não querem comer, não querem tomar banho, não querem dormir ou porque querem aquele brinquedo ou algo no supermercado…
Mas nem por isso pense que você está criando um pequeno tirano. Provavelmente a criança está tendo um “surto” por causa de uma frustração que ela não consegue expressar bem com palavras.
Como lidar
Nunca ceda às birras da criança, seja porque você está sentindo culpa por não poder passar o tempo que gostaria com ela, ou porque está morrendo de vergonha do vexame em público. Ao ceder, vai passar a mensagem que as birras são normais e perfeitamente aceitáveis para as crianças obterem aquilo que desejam e, pior, dará asas a um ciclo vicioso que se tornará cada vez mais difícil de controlar e superar.
Ao não conceder o desejo da criança, você estará ensinando a ela várias coisas: que existe um tempo para tudo, ou seja, ela não pode ter tudo aquilo que deseja, na hora que deseja, que existem regras e limites que precisam ser respeitados, que ela precisa aprender a lidar com as suas próprias frustrações, que é preciso saber esperar, e que algumas coisas que deseja ela terá que merecer.
Mantenha a calma! Talvez esse seja nosso maior desafio no momento da birra, mas é sem dúvida o mais eficaz. Se perdermos o controle, estaremos reforçando o comportamento negativo da criança, ou seja, estaremos agindo como ela, e as crianças tendem a imitar o comportamento dos adultos, seja positivo ou negativo.
Então respire fundo. Tente não se preocupar com o que os outros pensam, todo pai e mãe já passou por isso, se você ceder, só vai ensinar ao seu filho que espernear é um bom jeito de conseguir o que quer. Além disso, seu filho já está assustado por estar fora de controle, e a última coisa que ele precisa é sentir que você também está sem controle.
Se a birra aumentar a ponto de ele bater nas pessoas ou nos animais de estimação, jogar coisas ou gritar sem parar, leve-o até um lugar seguro. Explique por que ele está lá, e deixe-o saber que você ficará com ele até ele parar. Se a birra aumentar em um lugar público, prepare-se para sair do local com seu filho, e só volte quando ele se acalmar. Não ameace com castigos que não vai conseguir cumprir. Se optar por esta estratégia, e não cumprir, a criança certamente irá repetir a birra. A criança precisa estar ciente das consequências das suas ações, boas e más.
E quando nada resolve e as birras são persistentes? Claro que existem crianças mais resistentes a aceitar regras, resultando em birras que parecem não ter fim. Nestes casos, é importante estabelecer maior contato físico com a criança (colocar-se ao seu nível de altura, abraçá-la, pegar no colo), apenas com o intuito de acalma-la, sem ceder ao seu pedido. Concentre-se no seu estado emocional e não na sua exigência, falando com ela tranquilamente, procurando mudar o foco, chamando sua atenção para outra coisa, algo que desperte sua atenção.
Quando a tempestade passar, converse com seu filho sobre o que aconteceu. Diga que você entendeu a frustração dele, e ajude-o a colocar os sentimentos em palavras, dizendo algo como: “Você estava muito bravo porque não queria parar de brincar para tomar banho”.
Deixe-o perceber que, se ele usar palavras para se expressar, vai conseguir resultados melhores. Diga, por exemplo: “Desculpe por não ter entendido. Agora que você não está mais gritando, consigo saber o que você quer”.
Algumas dicas
Tente evitar situações que possam levar a criança a ter um ataque de birra, embora nem sempre isso seja possível de prever. Por exemplo, se seu filho é do tipo que fica muito mal-humorado quando está com fome, carregue pequenos lanches. Se ele tem problemas na transição de uma atividade para outra, avise-o com antecedência. Alerte-o de que vocês estão prestes a jantar (“Nós vamos comer quando você e o papai terminarem de ler essa história”), o que lhe dará chance de se preparar. Nessa fase, a criança também está às voltas com a independência, então lhe dê a chance de fazer escolhas sempre que possível. Ninguém gosta de receber ordens a todo instante. Perguntar se quer cenoura ou milho, em vez de simplesmente mandá-lo comer cenoura, dá à criança uma sensação de controle da situação. Fique de olho na frequência com que fala “não” para ela. Se isso virou rotina, você provavelmente está criando um estresse desnecessário para vocês. Tente relaxar um pouco. Pense bem antes de entrar num impasse. Será que realmente vai atrapalhar muito ficar mais cinco minutos no parquinho? E será que alguém realmente se importa se seu filho quiser usar meias de cores diferentes?
Preste atenção em alguns sinais de Stresse
Embora ataques de birra diários sejam normais quando a criança tem entre 1 e 3 anos, você precisa ficar de olho em possíveis problemas. Pense se houve algum problema sério na família, uma fase de muita correria na vida de todos, se há tensão entre a mamãe e o papai. Tudo isso pode causar esse tipo de comportamento. Se seu filho tem mais de 2 anos e meio e continua tendo altos ataques de birra todos os dias, converse com o pediatra. Se a criança for mais nova, mas tiver de três a quatro ataques por dia e não cooperar em nenhuma das atividades diárias, como se vestir ou guardar os brinquedos, também pode ser o caso de procurar outro tipo de ajuda. O pediatra pode verificar se há algum problema físico ou psicológico e sugerir maneiras de lidar com a situação. Também converse com ele se seu filho fica prendendo a respiração de propósito até ficar roxo (há algumas crianças que chegam a desmaiar), o que pode ser bem assustador. Há algumas indicações científicas de que esse comportamento pode estar ligado à deficiência de ferro.
Beijinhos!
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