15 de dezembro de 2017
Aos 2 anos e 11 meses, posso dizer que o Lucca não usa mais fralda, pelo menos durante o dia. Demorou? Talvez sim, mas optei por esperar ele estar bastante preparado para este processo, e acho que fiz a escolha certa, foi muito mais tranquilo do que imaginei.
Tive alguns critérios para chegar à conclusão de que estávamos preparados para isso, afinal o desfralde pede paciência e persistência, principalmente dos pais ou cuidadores da criança, por isso todos devemos estar preparados para esse processo.
Também usei algumas estratégias para ir preparando o Lucca para o desfralde diurno. No texto abaixo compartilho algumas informações que me ajudaram muito. Espero que ajude você também!
O desfralde tem mais chances de sucesso se começar quando a criança realmente já tem capacidade física para segurar as necessidades (ou seja, ter controle esfincteriano).
Há crianças que conseguem fazer isso já com 1 ano e meio, mas outras só vão estar prontas depois de completar 3 anos.
Você talvez já tenha ouvido falar que meninos costumam demorar mais para largar a fralda que as meninas, o que é verdade em boa parte dos casos. E o primeiro filho também demora mais a desfraldar, se comparado com meninos que já tenham irmãos.
Espere o momento certo de desfraldar.
Estudos já demonstraram que, quando se tenta adiantar o processo de desfralde, o que acontece é que ele acaba levando mais tempo. Ou seja: o resultado é o mesmo, mas começar antes da hora dá muito mais trabalho, e é bem mais estressante para todo mundo.
A primeira coisa a fazer, portanto, é avaliar se seu filho está mesmo pronto. Se você acha que sim, ótimo. Agora o importante é iniciar o processo em um momento bem propício. Veja algumas dicas:
Verifique se a rotina do seu filho está tranquila, sem grandes mudanças à vista. Novidades na escola ou na família tendem a atrapalhá-lo. Preste atenção também para ver se ele dá abertura para essa grande mudança. O ideal é que ele não mostre resistência quando você mencionar o assunto.
Deixe seu filho aprender a usar o banheiro pela imitação.
Se vocês já não fazem isso em casa, deixe que seu filho veja o pai e outros homens da família fazerem xixi. Mas deixe que ele veja a mãe também. Ele vai notar que há diferenças no jeito de urinar, e essa já será uma ótima oportunidade para explicar como os meninos usam o banheiro.
Providencie o equipamento correto para o desfralde.
A maioria dos especialistas recomenda o bom e velho penico, que dá mais segurança à criança e que ela consegue alcançar sozinha.
O adaptador para o vaso sanitário também é uma boa opção porque evita o trabalho de lavar o penico (principalmente quando se trata de cocô), mas pode assustar seu filho no começo. Você pode guardar essa opção para quando ele já estiver bem treinado.
Existem penicos e adaptadores que contam com uma pequena elevação especial para meninos, para que o xixi não escape quando eles estiverem sentados. Mas tome cuidado: se a protuberância for muito grande, pode machucar seu filho na hora de sentar e levantar. O artifício não é necessário. Basta você ensinar o seu filho a colocar o “pipi” para baixo quando estiver sentado.
Um banquinho baixinho (com menos de 20 cm de altura), bem firme, é uma boa ideia para este momento. Ele pode ajudar seu filho a alcançar o vaso sanitário, se quiser fazer xixi de pé, igual ao papai, e vai ser útil na hora de lavar as mãos.
Livros ou desenhos sobre deixar as fraldas podem ajudar no processo, mas não são essenciais.
Ajude seu filho a se acostumar com o penico
Mostre a ele que o penico é dele. Deixe-o sentar lá de roupa e tudo, se ele quiser. Depois, com calma, sugira que ele experimente sentar sem a roupa. Não se assuste se ele estranhar (pode ser gelado!). Não force, só incentive com bom humor.
Você também pode deixá-lo “decorar” o penico, com adesivos, por exemplo.
É preciso muito cuidado para não pressioná-lo a usar o banheiro ou o penico, pois esse é um dos maiores erros que os pais cometem. É uma tentação difícil de resistir.
Caso ele se recuse a sentar no penico, brinque com um boneco ou um bichinho de pelúcia, colocando-o lá e fingindo que ele está fazendo xixi. Dá até para improvisar um peniquinho especial para o “amigo”, se você achar que isso vai ajudar.
Cuecas “especiais” também podem ajudar.
Se der, leve seu filho com você à loja para escolher cuecas bem legais. Antes do passeio, conte a ele que vocês vão fazer uma coisa especial, porque ele já é um menino grande e agora pode usar cueca igualzinho ao papai!
Crie uma estratégia para o desfralde.
Em primeiro lugar, você vai ter de decidir se vai tirar a fralda diurna de uma vez só ou se vai fazer a mudança de forma gradual, colocando fraldas sempre que necessário.
Tirar a fralda de uma vez só às vezes agiliza o processo, mas você tem que se preparar para um grande número de acidentes.
A situação ideal para o desfralde é no calor, de preferência quando você for passar bastante tempo em casa, sem grandes compromissos. Existe a chance, se ele estiver realmente pronto, de em menos de uma semana o desfralde estar completo.
A retirada gradual tende a demorar bem mais, mas se encaixa mais na rotina e nos compromissos, como a escola, saídas para a casa da vovó etc. Nesse caso, proponha deixá-lo sem fralda por algum tempo sempre que puder, e faça bastante festa quando ele pedir para fazer xixi ou cocô no penico, ou quando a fralda ficar seca.
As “pull-ups”, fraldas de treinamento que vestem como cuecas, são boas para esta fase, porque não vazam se ele esquecer de pedir, mas podem ser baixadas e levantadas pela própria criança, o que não acontece com as fraldas convencionais.
Ensine primeiro a fazer xixi sentado, depois em pé.
Como muitas vezes o xixi e o cocô vêm juntos, e nem sempre a criança sabe identificar qual deles está para sair, faz mais sentido ensinar o menino a fazer xixi e cocô do mesmo jeito, sentado, pelo menos no começo. Outra vantagem é que ele pode se concentrar na coisa em si, sem ter de se preocupar em acertar a pontaria.
Mostre que ele tem que colocar o “pipi” para baixo, com a mão, para que o xixi não escape para todo lado. Isso também vale para hora de fazer cocô: às vezes o xixi vem junto, conforme ele faz força.
Uma vez que ele esteja fazendo xixi direitinho sentado, você pode propor que ele tente fazer em pé na privada. Use um banquinho (cuidado para ver se ele não vira nem escorrega). Não há pressa para isso.
Deixe-o circular pelado.
Deixar seu filho sem roupa é um jeito de evitar o xixi na calça. Aproveite dias de calor e deixe-o brincar pelado pela casa (ou, pelo menos, em algum lugar que não cause grandes prejuízos se ele fizer xixi no chão). No começo, as escapadas de xixi são inevitáveis, e assim você não molha tanta roupa, e a criança não se sente tão mal por ter feito xixi na calça.
Não se esqueça de comemorar muito sempre que ele fizer xixi ou cocô no lugar certo. Você pode dar prêmios, de preferência ligados ao fato de que agora ele é um menino grande: o direito de ver um filme, de ficar acordado até mais tarde, de ganhar adesivos etc.
Por outro lado, segure a ansiedade porque, se cada ida ao banheiro for a coisa mais importante da sua vida, ele vai perceber e ficar nervoso. É muita responsabilidade para uma criança tão pequena. Procure tratar tudo como uma brincadeira, com naturalidade.
Facilite o processo de desfralde.
Este não é o momento para usar jardineiras, macacões, bodies e calças com cinto. Prefira roupas de elástico, fáceis de pôr e tirar, e compre cuecas larguinhas.
Mantenha a porta do banheiro aberta, e o penico num local acessível.
Tudo menos demonstrar frustração ou raiva se escapar xixi ou cocô.
Todo o esforço pode ir rapidinho por água abaixo, e o processo atrasar meses e meses, se você perder a paciência e fizer a criança se sentir mal porque o xixi ou o cocô escaparam. Mesmo as crianças mais treinadas têm acidentes de vez em quando.
Segure a bronca com todas as suas forças, mesmo que seu filho esteja fazendo cara de paisagem, como se nada tivesse acontecido, e haja cocô por todo lado.
Se as escapadas estiverem ficando frequentes demais e seu filho parecer não se importar, talvez valha a pena pensar em dar um tempo no desfralde e só recomeçar com o processo dali a alguns meses.
Apele para a diversão ao desfraldar seu filho.
Use a criatividade para aliviar o estresse do processo todo. Um pouco de produto de limpeza azul na água do vaso sanitário, por exemplo, pode encantar seu filho ele vai descobrir que, se fizer xixi lá (ou despejar o xixi do penico), a água fica verde!
Faça uma cartela de adesivos e vá dando adesivos de prêmio a cada xixi no lugar certo e um adesivo maior ou mais especial quando for cocô.
Se só os adesivos não estiverem adiantando, prometa um prêmio maior (um brinquedinho ou um passeio) quando ele completar uma fileira, ou determinado número de adesivos. Há especialistas que são contra o uso de qualquer tipo de premiação, mas na prática a tática pode ajudar, se o resto não estiver funcionando.
Saiba a hora de tirar a fralda da
noite.
Quando seu filho estiver ficando sem fraldas o dia inteiro, você pode começar a pensar em tirar a fralda noturna. Mas espere até o desfralde diurno estar bem firme.
Comece a observar, assim que ele acorda, se a fralda está molhada. Há crianças que fazem xixi imediatamente ao acordar, por isso vale a pena olhar logo que ele desperta e oferecer para levá-lo ao banheiro.
Só decida eliminar a fralda da noite quando perceber que ele acorda quase sempre com a fralda seca (três noites em cinco é uma boa medida).
Pode demorar mais do que você imagina. O organismo pode ter dificuldade de segurar o xixi durante as fases de sono profundo. Se você tentou e os episódios de xixi na cama se transformaram em um transtorno para a família, simplesmente volte atrás, explique a ele que é melhor esperar um pouco e que logo o corpo dele estará pronto para tentar outra vez.
Faça a festa quando as fraldas forem embora de vez.
Parabéns, seu filho já está grande! Elogie-o muito e deixe-o dar o resto do pacote de fraldas para um priminho menor, ou para outra criança mais nova.
E comemore você também! Nada mais de troca de fraldas! Bom, mas você ainda terá que ajudá-lo a se limpar na hora em que ele berra “Acabeeeeei!” lá do banheiro, mas isso é outra história…
Se gostou do post compartilha com uma mamãe que esteja passando por este processo.
Boa sorte com o desfralde!
Beijinhos
Débora Bertoldi
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