29 de setembro de 2016
Ao contrário do que a maioria das pessoas imaginam, a artrite não é apenas doença de idosos, pode também atingir crianças. A artrite que atinge as crianças com menos de 16 anos é chamada de Artrite Reumatoide Juvenil (ARJ) é sobre ela que vou falar a seguir…
Eu também não sabia da existência da ARJ até que minha filha Luiza então com 3 anos de idade começou a acordar no meio da madrugada aos berros, era um choro doído (mãe consegue identificar diferentes tipos de choros dos filhos) eu a pegava no colo, tentava acalmá-la, perguntava o que estava acontecendo, algum sonho ruim? Dói alguma coisa? Mas ela não dizia nada, apenas chorava muito, aos poucos ia acalmando e dormia novamente, estes episódios começaram a se repetir por várias e várias noites, imaginei que pudesse ser o chamado “terror noturno” comum nesta faixa etária. Além dos choros noturnos comecei a notar que ao acordar ela andava feito robozinho, não dobrava as perninhas e logo pedia colo, mas menos de uma hora depois já estava correndo e pulando como se nada tivesse acontecido, pensei até que poderia ser manha. Mas estes choros noturnos, rigidez matinal, cansaço ao andar, começaram a ficar muito frequentes, seguidos também de dores nos dedinhos das mãos, um dia fui pegá-la pela mão e ela deu um grito dizendo que havia doído, “mas peguei tão delicadamente nas mãozinhas dela, comecei a achar muito estranho, algo estava errado com minha pequena”.
Tudo isso coincidiu com o ingresso dela na escola (que aliás, me ajudou muito a identificar que algo estava mesmo errado).
Um dia fui buscá-la na escola e a professora disse que gostaria e conversar comigo pois estava preocupada com minha filha, havia notado que em momentos de leitura onde todas as crianças sentavam com perninhas de índio na roda a Luíza não conseguia sentar, dizia que a perna estava doendo, também havia percebido que nas brincadeiras no parque onde todas as crianças corriam, subiam e desciam dos brinquedos minha filha logo cansava e pedia colo… naquele momento tive certeza, ha algo muito errado.
Imediatamente ao sair da escola marquei consulta com o Pediatra, e foi aí que começou minha busca por respostas que durou meses, passando por ortopedista, hematologista até chegar na reumatologista pediátrica que acompanha a Luiza até hoje (ela está com 12 anos), já na primeira consulta, após meu relato e o exame clinico a Pediatra me disse:
“Vou pedir alguns exames para confirmar, mas acredito que a Luiza tenha artrite”, minha reação foi a mesma que a maioria das pessoas que desconhecem artrite em crianças teria, artrite com 3 anos?? Isso não é doença de idoso? Foi então que infelizmente fui apresentada a ARJ (Artrite Reumatoide Juvenil). Minhas primeiras perguntas foram, tem cura? É grave?
E a resposta foi a que eu temia ouvir:
“É uma doença autoimune (doenças autoimunes são aquelas em que o sistema imunológico de um indivíduo ataca e destrói tecidos saudáveis do próprio corpo, como que por engano), crônica e não tem cura”. Naquele momento fiquei sem chão, como minha menininha de apenas 3 anos tinha uma doença crônica? O que eu fiz de errado?
Mas Deus é maravilhoso e me deu uma força que nem imaginei que tinha.
Percebi que o melhor a fazer era enfrentar a situação com coragem e força, então comecei a pesquisar tudo sobre a ARJ.
Foram anos de tratamento com medicação, a Luiza chegou a tomar 7 comprimidos de uma só vez, 1 vez por semana, analgésicos de 6/6 horas, fisioterapia 2 vezes por semana e natação 2 vezes por semana, além dos exames laboratoriais a cada 3 meses para checar o PCR (Proteína C Reativa, também conhecida pela sigla PCR, é uma proteína produzida no fígado, cuja concentração sanguínea se eleva radicalmente quando há um processo inflamatório em curso, como infecções, neoplasias, doenças reumáticas ou traumatismos).
Hoje, graças a pesquisas e tratamentos os pacientes com ARJ conseguem levar uma vida normal, a Luiza está sem medicamentos a quase dois anos, mas ainda não podemos dar a ARJ por vencida, pois ao longo destes 09 anos o tratamento já foi suspenso por 2 vezes e as inflamações retornaram, cada vez com menor intensidade, mas voltaram, muito provavelmente ela terá que conviver com isso por toda a vida.
A palavra artrite se refere à inflamação (quer dizer, inchaço, perda de função, calor e dor) das articulações.
A artrite é frequentemente uma doença crônica, o que significa que pode durar meses ou anos.
Artrite juvenil significa artrite ou condição relacionada à artrite (doença reumática) que inicia-se até os 16 anos de idade.
Milhares de crianças no Brasil sofrem de algum tipo de artrite juvenil. A forma mais comum de artrite juvenil é a Artrite Reumatoide Juvenil (ARJ), também denominada Artrite Idiopática Juvenil.
No Brasil não dispomos de dados estatísticos nacionais precisos; nos Estados Unidos sua incidência é de 2 a 10/100.000 crianças. No entanto, as crianças com diversas doenças reumáticas e não reumáticas também são afetadas por artrite e por outras manifestações ósseas, musculares e articulares.
Para os pais que estão passando por esta situação o que posso dizer é:
Primeiro mantenham a calma, existe tratamento que proporcionará a seu filho uma vida normal, segundo, procure um bom especialista para acompanhá-los nesta jornada, e por último vocês não estão sozinhos.
Por: Débora Bertoldi
Artrite Reumatoide Juvenil
Artrite Reumatoide Juvenil (ARJ) é a forma mais comum de artrite em crianças. Ela é frequentemente uma doença benigna que causa poucos problemas, mas pode produzir complicações sérias em casos graves.
Artrite é caracterizada por quatro alterações principais observadas nas articulações. As características mais comuns da ARJ são inflamação das articulações, as deformidades ósteo-articulares e alteração do crescimento. Outros sintomas incluem rigidez nas articulações seguida da diminuição nas atividades e fraqueza nos músculos e partes moles. Entretanto, como ARJ afeta cada criança de uma maneira diferente, o seu filho pode não passar por todas estas alterações. A intensidade de cada sintoma também pode variar de uma criança a outra. Não existe um exame único para diagnosticar a ARJ.
O diagnóstico é determinado pela presença de artrite ativa em uma ou mais articulações por pelo menos seis semanas após serem descartadas outras doenças. Após o diagnóstico, o médico deve encaminhá-lo a um Reumatologista Pediátrico, um médico especializado em tratar crianças com artrite.
O tipo de artrite é determinado com base nos sintomas que prevaleceram nos primeiros seis meses da doença. Existem três tipos principais de ARJ:
ARJ poli articular, que afeta cinco ou mais articulações; ARJ pauciarticular, que afeta até quatro articulações; e ARJ de início sistêmico (forma mais grave), que afeta tanto as articulações como os órgãos internos.
Artrite Juvenil
(fonte: ACREDITE amigos da criança com Reumatismo)
http://www.acredite.org.br/orientacoes2.asp
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