28 de novembro de 2016
Quando a criança começa a dar seus primeiros passos e a pegar tudo, nós pais entramos na “fase do não”!
No entanto, dizer “pare” é melhor do que dizer “não”. “Pare” uma palavra bem mais eficaz e menos ambígua. Quando dizemos “não”, normalmente utilizamos um tom de crítica, franzimos a testa, enquanto ao dizer “pare” abrimos os olhos e o tom é imperativo sem ser crítico. Dessa forma interrompemos o movimento.
É comum que as crianças dessa idade (entre 1 e 2 anos) busquem olhar nos olhos, procurando a autorização dos pais, antes de encostar em um novo objeto. É o momento de dizer “pare” e depois explicar com palavras simples a proibição, mas não crie expectativas que a criança irá memorizar tudo.
Atenção também às mensagens que podem confundir o significado da palavra, por exemplo quando você brinca dizendo “não, não, não” e sorri ao mesmo tempo.
Uma criança nessa fase toca em tudo sem ter consciência nem do perigo nem do que é ou não permitido. Os limites que impomos nos parece evidentes. Mas estão longe de ser claros para as crianças, que só virão a entender o sentido disso quando tiverem cerca de 4 ou 5 anos. Nosso filho então nos olha atentamente enquanto age… e nós o consideramos insolente!
Entre 1 e 2 anos a criança é completamente incapaz de entender o conceito de regra; respeitar a regra então… Antes de tudo, mais vale manter o ambiente seguro e guardar os objetos frágeis no alto, para que a criança possa manipular tudo o que estiver ao seu alcance. Ela vai pelo caminho errado? Ops! Melhor por aqui… Pegar a criança e redireciona-la, guiar seus gestos, inscrever dessa forma a instrução no seu corpo é mais eficaz do que um comando verbal. Além do mais, a criança está sempre mais interessada em exercitar as habilidades do próprio corpo do que em alcançar um objetivo em especial.
Nessa fase ela ignora as regras, não respeita limites nem proibições!
Até os 3 anos, as regras são apenas palavras sem ligação concreta com seus atos:
É verdade, ela já entende muita coisa, mas não entende ainda nem generalizações nem conceitos. Ora, uma regra é necessariamente uma generalização. Por exemplo, ela entende as palavras “é proibido morder” e pode até repeti-las, mas não pensa que isso se aplica ao que ela esta fazendo com o irmãozinho ou amiguinho.
Ela parece constrangida ou incomodada? Não é porque você franziu a testa ou falou grosso. Ela não entende a própria noção de “coisa errada”. Em compensação, ela não gosta nada de ver os pais irritados e pode então, como boa cientista, recomeçar de imediato para verificar e entender sua reação.
Até 1 ano e meio, as sinapses se multiplicam em torno do lobo frontal do cérebro. A memória explícita, que permite memorizar as palavras, está em desenvolvimento. Mas mesmo que a criança já entenda as palavras, ainda não é capaz de memorizá-las por muito tempo. Ela adquiri certa consciência do que aconteceu um pouco antes, mas somente um pouco antes! E o seu cérebro não pode aguardar duas informações ou ideias ao mesmo tempo. Se você quer que ela aja, dê um único comando por vez.
No cérebro das crianças de menos de 4 anos, as zonas das impulsões (agir, ir em direção a alguma coisa) e da inibição (interromper um movimento, parar ainda não estão bem conectadas).
Você simplificara a vida de seu filho se lhe indicar o que ele pode fazer em vez do que não quer que ele faça. Além disso, a criança vive no presente, e por isso é inútil imaginar que ela lembrará o que você disse por muito tempo.
E vale lembrar, apesar do desejo de agradar os pais, ala não pode ainda inibir os seus impulsos unicamente a partir de sua decisão.
Dá mais trabalho? Sem dúvida que dá, mas agindo dessa forma você criará um conceito efetivo de limites em seu filho.
Costumo dizer que criar filhos é fácil, o difícil é educar!
Grande beijo!
Débora Bertoldi
Texto inspirado do livro: “Já tentei de TUDO!” de Isabelle Filliozat
Tags:bebemexeemtudo, dizernão, dizerpare, educação, educar, fasedonão, limites, regras, respeitarregras
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