O que tenho aprendido com o luto

30 de agosto de 2018

Foi tudo tão rápido, inesperado e avassalador, que as vezes tenho a impressão de que a qualquer momento ela vai entrar pela porta da minha casa com aquele sorriso dizendo: “Lucca, a vovó chegou!”

Tínhamos tantos planos, tanta coisa para fazer juntas ainda! Mas entre uma tosse persistente, uma perna que não respondia e alguns exames, veio a confirmação que mais temíamos. 

O pior é que eu soube desde o início que nosso tempo havia acabado e nossos planos ficariam para traz.

Foram dias difíceis e noites intermináveis!

Tudo que eu queria era acordar daquele pesadelo… mas não acordei, e ela se foi para sempre! 

 

 

Como acreditar? Como retomar a vida com tamanha dor, vazio e saudade?  Eu tive que aceitar, mas com uma dor imensa, a dor do luto! Ela fere lentamente como se estivesse esperando o momento certo para sair destruindo tudo! 

É uma avalanche de sentimentos tão fortes que deixam a alma e o corpo exaustos!

O luto dói de uma maneira que eu jamais poderia imaginar, e que talvez eu não consiga descrever. A dor é física, psicológica e espiritual, uma sensação de vazio e solidão.

 

 

Aprendi com o luto, que por pior que sejam esses momentos precisamos vive-los, o luto precisa ser vivido. Afinal, a morte faz parte da vida, nascemos, vivemos e morremos, neste tempo em que “vivemos” perdemos quem amamos. Estar de luto significa que estamos vivos!

Mas quando perdemos nossa mãe, fica um grito preso na garganta e uma louca vontade de voltar no tempo.

O arrependimento também vira uma visita constante e incômoda. Arrependimento por não ter tido mais paciência em determinados momentos, puxa vida, não custava nada! Arrependimento por não ter demorado mais naquele abraço, e por não ter dito com mais frequência o quanto a amava e o quanto ela era importante na minha vida!

 

 

Por que deixei passar tantas oportunidades de ficar mais um pouco quando ela dizia: “Não vai não filha, fica mais um pouquinho”! Por que não disse mais vezes o quanto a admirava? Tantos “porquês”, tantos “e se”… tantos “ah, se eu tivesse”!

E assim vamos levando a vida, sem o amor que era uma amostra do amor de Deus. E nos damos conta de que aqui na terra, nenhum amor se compara ao dela.

Uma mãe não ama o filho porque ele é bom, bonito ou inteligente. Ela o ama porque, ao dar à luz ou ao adotá-lo esse amor lhe foi apresentado.

Não importa nossa idade, ou o quanto somos bem sucedidos na vida, quando perdemos nossa mãe, nos sentimos sozinhos e com medo. Talvez seja medo de não conseguirmos seguir em frente sem o seu amor. Afinal, a certeza de sermos amados, ainda que por uma única pessoa, nos empodera e nos imuniza das maldades desse mundo.

Perder um amor dessa magnitude nos torna desprotegidos e assustados. 

Carinho de mãe é sempre macio, cheiro de mãe é sempre gostoso… lembra cheiro de amor!

Te amo mãe! 

Te amo sempre e para sempre!

 

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