6 de agosto de 2017
Amei estar grávida! Acompanhar o desenvolvimento daquele serzinho tão pequeno, mas com um coraçãozinho que já batia forte, e fazia o meu coração transbordar de amor!
Mas não gostei da depressão pós parto, do sofrimento por não poder amamentar o quanto eu gostaria, do desespero que sentia a cada crise de choro que fracassei em acalma-los, do medo de não ser uma boa mãe.
Amei todos os momentos que tive meus bebês nos braços, amava sentir seu cheirinho, a pele macia, o olhar puro.
Mas não gostei do cansaço, das noites mau dormidas, das madrugadas solitárias que passei em claro, das inúmeras vezes que saí correndo do banho para acalmar seus choros.
Amei quando sorriram pela primeira vez, amava quando me acompanhavam com seus olhinhos atentos a cada vez que ouviam minha voz.
Mas não gostei de vê-los sofrer por causa dos dentes, de como ficavam irritados e muitas vezes febril. Não gostei de sofrer com cada vacina que tomaram, mesmo sabendo que era necessário.
Amei quando sentaram pela primeira vez, quando começaram engatinhar e descobrir o mundo.
Mas não gostei das milhares de vezes que tive que dizer não quando insistiam em mexer nas tomadas, abrir portas e armários, jogar todas a minhas roupas no chão.
Amei quando vi seus primeiros passos, com aquelas pernocas gordinhas que eu tinha vontade de morder!
Mas não gostei do medo que eu sentia de vocês caírem, quando saiam correndo, e dos tombos que levaram.
Amei quando ouvi suas primeiras palavras, a primeira vez que me chamaram de mamãe, as primeiras frases que formaram mesmo trocando letras e falando errado.
Mas não gostei das primeiras birras, gritos, protestos para entrar e sair do banho, trocar fraldas. Não gostei das birras em público e dos olhares de reprovação das pessoas.
Amo ser mãe! Amo tudo que aprendi e ainda aprendo com meus filhos. amei ver as transformações que tive em meu corpo para recebe-los.
Mas não gosto de algumas marcas que ficaram. Não gosto do melasma que apareceu no meu rosto, nem da diástase abdominal que dificulta minha barriga voltar ao normal.
Amo ter meus filhos na minha vida!
Mas mesmo os amando mais do que tudo, também sinto falta de quem eu era antes deles.
Sinto falta do tempo em que eu dormia e acordava quando tivesse vontade, e se tivesse vontade.
Sinto falta de passar um final de semana qualquer de pijama, jogada no sofá assistindo o que eu quisesse.
Sinto falta de acordar todo dia de manhã e entrar direto no banho, de cabeça, independente de ter que sair ou não de casa.
Sinto falta de ir a um restaurante, almoçar, conversar calmamente como as outras pessoas, sem ter que sair da mesa toda hora.
Sinto falta quando não tinha uma maratona para sair de casa, tenho saudade de quando só pegava minha bolsa.
Sim, tenho saudade de tudo isso e muito mais, não tenho nenhum problema em admitir. Porém, esses sentimentos são meus, não significa que você tenha que sentir o mesmo, mas se sentir, qual o problema?
Não seremos menos mãe, ou amaremos menos nossos filhos só porque as vezes nos sentimos exaustas estressadas e com saudade da vida que tínhamos antes. E essa mãe cansada existe apenas porque tentamos ser melhor a cada dia, queremos fazer nossos filhos felizes, queremos estar presentes em todos os momentos da vida deles.
A maternidade é a coisa mais exaustiva pela qual já passei, sem dúvida. E também a única coisa da vida que simplesmente não dá para voltar atrás ou desistir. E mesmo assim, eu faria tudo de novo se preciso fosse para ter meus filhos exatamente como eles são, sem mudar nada.
Grande beijo!
Débora Bertoldi
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Amiga linda, que texto lindo, como me identifico com cada palavra, frase e parágrafo.
Soube expressar essa explosão de sentimentos.
Parabéns.
Obrigada amiga querida!!!
Fico tão feliz com seu feedback, sinal de que estou no caminho certo.
Grande beijo!
Amei demais!!!! Esses posts de desabafo, do fundo do coração são valiosíssimos!!! Nos identificamos demais com eles!!! Valeu a leitura!!!
Obrigada Amiga!!!